Comunicação IJOMA
Tecnicamente, os médicos consideram como câncer de cérebro apenas os tumores (crescimentos “autônomos”) de células próprias do sistema nervoso. Esses, que ocorrem dentro do encéfalo (tecido nervoso que está dentro da cabeça). Portanto, encontramo-nos com o primeiro dilema: se sabemos que os neurônios são células que não se dividem, ou seja, não se reproduzem, como pode ocorrer um crescimento autônomo de células dentro da cabeça?
A resposta é relativamente simples: não só no cérebro, como nos outros órgãos do nosso corpo, temos células que executam o trabalho principal (no cérebro são os neurônios), e as células que dão suporte, nutrição, equilíbrio e proteção. Essas células, no cérebro são: a glia, as células das meninges, os vasos sanguíneos e os leucócitos.
Os leucócitos dão proteção contra agentes infecciosos e circulam por todo o corpo e as meninges envolvem o cérebro formando uma camada de proteção.
Já as células da glia, diferentemente dos neurônios, podem sim se multiplicar e o fazem sempre que há algum dano ao tecido cerebral. Seja para preencher algum espaço vazio causado por perda de neurônios, seja quando o cérebro é agredido, fazendo função de defesa.
Assim, as células da glia se especializam em fornecer apoio aos neurônios através da manutenção do seu “meio-ambiente”. Outros exemplos, além dos já citados são: produzir o líquido que envolve o cérebro (proteção contra impactos), produzir a mielina, que auxilia na transmissão dos impulsos elétricos e atuar no equilíbrio dos “sais minerais” que circulam pelo cérebro.
Logo, as células da glia são a fonte principal dos tumores malignos (CÂNCER) que ocorrem no cérebro.
Não se sabe exatamente o motivo pelo qual essas células da glia se transformam em crescimentos autônomos e se tornam malignas. Felizmente, este tipo de alteração é pouco frequente. Contudo, quando ocorre, é bastante grave pois o cérebro está em uma caixa fechada (ossos do crânio), não tolerando muita expansão de volume sem causar prejuízo a sua função.
Esses “papéis” da glia são divididos pelas seguintes células (de nomes estranhos):
Epêndima: produz o líquido que protege o cérebro;
Oligodendrócitos: produz mielina;
Astrócitos (a que mais frequentemente vira câncer, dentre a glia): demais funções.
Estes são os astrócitos: seu nome deriva dos prolongamentos das células que se assemelham aos raios de um “astro solar”. Fonte: Imagem de imuno-histoquímica dos arquivos do Grupo Diagnose.
Para complicar ainda mais é extremamente difícil tratar estes crescimentos. Seja por motivos de importância e delicadeza do tecido cerebral (cirurgias nesta região são sempre delicadas e nem sempre possíveis), ou porque esses tumores se espalham além do que é possível ver a olho nu ou até mesmo com o auxílio do microscópio. Assim, a história natural deste tipo de doença – salvo raras exceções – é retornar, mesmo após as tentativas de retirada cirúrgica.
Atualmente, existem tratamentos medicamentosos que podem auxiliar a cirurgia no tratamento dos pacientes com câncer de cérebro derivado das células da glia, aumentando o tempo de vida dos pacientes. Entretanto, dificilmente esses tratamentos conseguem levar a uma cura definitiva.
Então, surge a pergunta: COMO PREVENIR O CÂNCER DE CÉREBRO?
Infelizmente, por não sabermos sua principal causa, também ainda não temos conhecimento de como preveni-lo.
Existem algumas pesquisas envolvendo exposição à energia eletromagnética, mas as mesmas apresentam resultados controversos e não explicam a grande maioria dos casos. Sabemos, contudo, que quanto antes diagnosticado, mais fácil de tratar.
Sintomas comuns como “dor de cabeça frequente”, “alterações da visão”, “tontura”, “desmaios”, “convulsões” e “alterações de comportamento”, embora na maioria das vezes NÃO signifiquem que a pessoa está com um tumor cerebral, devem ser considerados como sinais de alerta para se procurar atendimento médico e investigar suas causas.
Finalmente, também sabemos que existem tumores cerebrais benignos, ou seja, curáveis pelo tratamento cirúrgico.
A maioria dos tumores de meninges são assim.
Fato interessante: especificamente no cérebro, A MAIORIA DOS TUMORES MALIGNOS (ou seja, CÂNCER) VÊM DE FORA DO CÉREBRO! São as chamadas metástases! Metástases são uma forma de câncer que veio de outro órgão de qualquer outro local do corpo.
Mesmo sabendo que uma grande parte das metástases não são tratadas com cirurgia, logo, não são recebidas para análise laboratorial das células, um levantamento interno do Grupo Diagnose mostra que quase metade das lesões malignas enviadas para exame não são primárias, veja abaixo:
Sendo as metástases mais comuns que o câncer primário cerebral e originadas em outros órgãos, pode-se também trabalhar com PREVENÇÃO desta qualidade de câncer do cérebro! Como? Para vários órgãos onde se origina o câncer que pode ir para o cérebro há fatores de risco conhecidos associados, como por exemplo: tabagismo (fumo) e câncer de pulmão, exposição excessiva ao sol e câncer de pele, alimentação desequilibrada e câncer de intestino, entre muitos outros.
Então, SIM, cuidar da saúde pode prevenir ou mesmo permitir um tratamento mais eficaz para câncer no cérebro.
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