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Foto do escritorRenato Costa

INSERÇÃO DO BUSTO DE FRANCISCA LUZIA DA SILVA

por Comunicação



Aconteceu ontem às 18 horas (sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024), a celebração da inserção do Busto de Francisca Luzia da Silva. O evento teve como finalidade celebrar a memória desta grande mulher que ajudou a construir a história do povo do Estado do Amapá.

“O Busto de Francisca Luzia da Silva é mais uma obra de arte inserida no Museu Afro Amazônico Josefa Pereira Láu, e com toda a certeza, é uma iniciativa em prol da memória dos nossos antepassados, os quais deram a vida para construir a identidade do nosso povo local”, ressalta Padre Paulo Roberto, fundador do Museu.




A celebração contou com cerca de quarenta (40) pessoas, dentre elas, o nobre Promotor de Justiça Wueber Duarte Penafort, o famoso cantor amapaense Osmar Júnior e parentes de Dona Francisca Luzia da Silva.

 






“Agradeço imensamente as pessoas que estiveram aqui para prestigiar este evento em memória desta pessoa tão querida que esteve entre nós; seu busto agora está aqui no Museu Afro Amazônico Josefa Pereira Laú, e quem quiser visitar a pode conhecer mais um pouco da história desta mulher ilustre”, finaliza Padre Paulo Roberto.



 

UM POUCO DA HISTÓRIA DE MÃE LUZIA:


Francisca Luzia da Silva, carinhosamente chamada pela população de "Mãe Luzia", foi considerada a primeira "doutora" do Amapá. Era descendente do povo Bantu e nasceu em 1854 (data controversa), na cidade de Macapá e foi escravizada do nascimento até a abolição da escravatura.

Seus conhecimentos sobre o parto foram passados para ela através sua mãe, também parteira. Ela realizou inúmeros partos, sendo reconhecida na região. Se consagrou nessa atividade ao ponto e chegou a ser contratada pela prefeitura e recebia dela uma quantia (pequena) por cada parto que assistia.

Além de parteira, também era lavadeira e passadeira, afinal, Mãe Luzia por mais que fosse querida pela população, ainda era negra e pobre e para garantir seu sustento dela e de sua família era necessário se dedicar a outras atividades. Mãe Luzia recebia visitas de autoridades em sua casa, por causa da atividade que prestava a população. Segundo relatos, ela sempre usava uma bata branca bem engomada para sair, mas recebia visitas em sua casa sempre vestida de acordo com os costumes de seu povo: saia rodada e seios expostos.

Era tão querida na região, que a população, inclusive os ricos, a buscavam para pedir para para ser benzido e afastar mau olhado, ministrava chás para suas "pacientes" e quando era necessário, tratava da gravidez não só no momento do parto.

Foi casada com Francisco Secundino da Silva, um jovem negro, filhos de escravos, que com a ajuda e determinação de Mãe Luzia conseguiu ser eleito vereador de Macapá. Sendo o primeiro negro eleito na região.

Sua força e coragem se eternizou em poemas e outras obras de arte. E seu apelido foi dado à Maternidade de Macapá e à Rede de Parteiras Tradicionais do Amapá.

Morreu em 1954 e sua morte foi velada pela população. Deixou uma sucessora conhecida como Vó Juliana.


*para alguns ela viveu 109 anos e para outros 100.

Dicionário das Mulheres do Brasil - de 1500 até a atualidade - biográfico e ilustrado - Jorge Zahar Editor. Organizado por Schuma Schumaher e Érico Vital Brazil.

 

Fonte: Francisca Luzia da Silva | Mulheres Notáveis (mulheres-incriveis.blogspot.com)

 


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